domingo, 10 de junho de 2012

Li ter altura de cor ação

Intervalo

intentá-lo

inválido

inté(r)valho (atitu de meu coração)

inté orvalho (derramando no chão)

em temporal vamos sobrevivendo como sóbrias sombras breves vivem vendo hoje em dia

Entre vales

inventar-te

se ventar 

em mim (não se preocupe) eu não vou morrer tão cedo e nem vou correr de medo (porque)

gente da minha espécie

nasce, morre, cresce

sem entender direito

o jeito que o mundo tece as forças do viscejo

e eu vejo vida todos os dias do lado de dentro da janela do meu vilarejo

mas quando pass-ares por ela

olha demoradamente

porque a morada da gente

tem uma alegria daquelas de antigamente

como um sol de tarde e a meninada correndo e gritando e caindo e chorando / e o pessoal falando mal do alheio / do fulano que enricou e não veio / ver os velhos varrendo o passeio / e gostando muito de discutir o resultado de um jogo ou qualquer coisa boba que, hoje em dia... hoje em dia...ninguém dá mais ligança, mas a gente sabe que tudo era a mesma rua, a mesma turma comendo do mesmo prato e o "Paraná" passando quase caindo da cachaça que a mulher o deixou e ele só / queria ser melhor / mas não queria ficar só / e não sabia falar, só quando bebia e chorava e ia pra casa no fim da rua e o povo dizia: "Puxa, tá sofrendo de amor", mas hoje em dia... hoje em dia, não.


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