domingo, 20 de março de 2011

POEMAS VIII

Eu não sou pacífico
(mas apenas pra trocadilhar ou não)
por onde passo, fico
um pedaço de mim fica
minha boca (e sua língua) maldita
a-palavra-mal-dita-digo-não-dita
(dentro dos cânones)
pois há línguas que desconheço por sua linguagem
como linhas, links, linhares, linhagem com... começo(?)
Aqui já(z) seria um ótimo fim               (não fosse essa frase!)
terminar um poema com... começo (!) (fosse esse o caso!)
à moda da casa                                   (case essa crase!)
minhas asas não podem me levar         (face [a] essa crise!)
por isso passo fico                              (esfacelasse triste!)
e minto                                                     (cele esta cela!)
que não sou pacífico                                 (pele esfacela!)
oceanouuuuuu uou uou vuou                        (ele é belo!)
                             vou voou                         ela é dela
                                                                       la bella
                                                                       janela
                                                                         nela
                                                                      liberta
                                                            de todo e qualquer
                                                                    bem-me-queres
                                                                        mal-quereres
                                                viva o mundo(!) e todas as mulheres(!)
                                                todos os anjos
                                                se existissem esses seres
(e você também, Dionísio, que quis, mas não pôde estar presente).







POEMAS VII

Duvidei de mim e não acreditei que pudesse amanhecer um dia
um dia e outro com a noite no meio
NÃO!!!
Por que tão cedo Dionísio me assalta, invade meu(s) poema(s)?
Desta vez não!
Vou (irei) sério e triste e circunspecto e romântico e parnasiano (não, parnasiano não), reto e sóbrio e, naquele passo solene, como quem caminha para o fim sem acreditar que amanhecerá.
É que só a noite pode amanhecer!
O dia não amanhece, ele já está amanhecido 
e é por isso que quem quer saborear as coisas não gosta do dia, porque ele é amanhecido.
Já comeu pão amanhecido? Arroz amanhecido? Em cima do fogão, feijão amanhecido? Bife amanhecido na frigideira? Refrigerante amanhecido no fundo do copo?
Por isso o meio-dia é tão amanhecidamente insuportável, por ser o àpice do amanhecer (e é quando, de tanto amanhecer, o sol entra em declínio e inicia o desamanhecer pra chegar num fim de tarde BUNITO, enfeitado como só um fim de tarde ou o fim desta (daquela) folha, ah, Dionísio... você não me esquece, você sempre esteve aqui, como Rexona (não me abandona) e, de quebra, a indústria cultural a reboque.
Onde estão (os chatos) Horkheimer e Adorno quando se precisa deles?!?!??!!..................

Talvez remoendo seu mau humos em algum estado de não-ser.

POEMAS VI

Alguma dor chegando (alguma dúvida?)
Há muita flor no campo e a imbaúba

Em tantos céus e poços
porque o paraíso e o inferno não são nossos (?)
       Estranho é o pé batendo 
       enquanto tem gente cantando
       e alguma corrente correndo
          e alguma dor doendo
            num canto silente em destêrro
(não sei se escrevo certo  [mesmo(!)] ou se estive/estou enfêrmo!)
              Alguma voz no êrmo
           tem algo de paz
                algo de mais e de menos
                 como uma canção celeste
como o arreio a oeste      liberdade a leste
o jogo o fogo ao sul
(a rima) é Istambul         que fica algo a norte
é preciso ser forte (e) ter coragem de ser frágil
ser ágil pra saudar a vida no bom têrmo: a morte.


Eu mesmo te convido                 a viajar comigo
nesse jogo de palavras,              nave sem sentido
                                                 nada sem sentido
mas... e aquela prosa romântica a que me propunha (?)
Ficou na distãncia
naquela dor algum.

POEMAS V

Eu morro na curva do dia
e sonho à vontade, de dentro ninguém pode ver
sofro cada hora acorado num vaso
detento no jardim das materialidades
(e não era isso o que eu tinha a dizer,
o que agora me escapa
o escrito é a capa, é o véu, um negrume que esconde a luz,
mas nem isso é verdade
                     a metade
ou aquela vontade
a volição do começo
abolição, um trocadilho
              um torpedo
              um tropeço
              um ônibus sem amortecedores
              as ruas cheias de buracos
              o prefeito não está nem aí com os poetas passageiros
                                              (acho que é porque eles não ficam, apenas passam ligeiros)
              eu rio
                      Cuiabá me é desafio
                                      e pedágio)
Todo este poema é um defeito:
eu não queria a rima, ela veio;
não era pra ser o fim, mas acabou a linha (naquela folha barbiesca)
mas preciso... sei lá... morrer na curva do dia (?)

POEMAS IV

a sala era um deserto
eu fecho os olhos e, rápido, estou velho
tenho meus anéis e dedos e demência
na dose cera pra conter demônios, irritar meus anjos
confundir céu e inferno.
a calma, digo, o calmo azul do meu terno,
a rima me atrai como um inseto se enredando em tramas e teias (ia discorrer sobre um algoz longe, digo, distante e perto, digo, próximo, ...)
viu só como a rima me pega?!?
pronto! 
cheguei mais uma vez ao fim sem terminar nada,
sem, ao menos, saber do que (se) trata(m) este poema babel
e ainda
(após tantas inoportunas interrupções)
fico relendo e corrigindo meus erros e maculando e argh!
tudo termina neste já insuportável humor que me atormenta
a folha (que, diria, no original) barbiescamente ir

POEMAS III

HÁ UM ESPAÇO INTERNO ENTRE A BOCA E A PALAVRA QUE EU NÃO SEI ONDE ESTAVA,
PELO MENOS ATÉ ONTEM ERA O SILÊNCIO, ERA A PAUSA, O PIGARRO NA PLATÉIA OU MESMO UM ASSOBIO/VIO/VIL
"UM TREM PORCARIENTO FEITO CURVA DE RIO"
E ESTA FRASE NÃO É MINHA, MESMO AGORA SENDO
É UMA INTROMISSÃO TIPO FREUDIANA
COMO-ALGUÉM-AO-SEU-LADO-NOTANDO-LHE-A-GRIPE-SE-INVESTE-DE-PODERES-FARMACÊUTICOS-OU-FARMACOTERAPÊUTICOS-ESGANANDO MINHA INSPIRAÇÃO, ESTRAGANDO MEU POEMA,
COMO DIRIA O VULGO, EM SEU LINGUAJAR POÉTICO:
"NÃO SOU EU, SOU EU, ENFIM".

POEMAS II

essa tristeza doida doída e boba de não está bme sozinho de quem não está bem de quem não está de quem não de quem
......quem
está
.......bem
..............sozinho

POEMAS I

dizer-te o quanto amo
              guantânamo
não por seres o que 
                      quer 
                      que seja
porque o(s)eres
que por desventura estejam
mais
é que estares onde estás
em que pesem e mal-estares
ded um sonho anticapital
é o que mais pesa
é que uma baía não baiana
             abriga a briga
e a nossa briga, Cuba amiga
nos leva a declarar que na baía
há um pântano
                      mas também
um pan te amo
e um pâ ni co